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sábado, 19 de dezembro de 2015

Neopedagogia da Gramática na ACL



Participação do prof. Francisco Dequi no “Colóquio Ortografia e Bom-senso” com a tese Neopedagogia da Acentuação Gráfica na Academia das Ciências de Lisboa, novembro de 2015.

O colóquio, com duração de dois dias, teve início no dia 09 de novembro de 2015, às 10h, no salão nobre da Academia das Ciências de Lisboa. O presidente da instituição, Artur Anselmo, abriu a sessão com a presença dos membros titulares do sodalício da Academia e com as mais altas autoridades em gramaticologia e em linguística da língua lusa. A pauta seguiu o preestabelecido. O Brasil teve quatro convidados para participar como oradores. Três eram gaúchos: José Carlos Gentili, Francisco Dequi, Celso Augusto Nunes da Conceição. O pernambucano Evanildo Cavalcanti Bechara, atualmente radicado no Rio de Janeiro, teve participação destacada, pois, no Acordo Ortográfico de 1990, coordenou a reforma em nome da comunidade brasileira.

Numa análise superficial, pode-se dizer que o último acordo não satisfez a maioria dos estudiosos da língua portuguesa dos países lusófonos. As críticas foram contundentes. O regramento do uso do hífen foi o mais criticado. A eliminação das consoantes mudas também sofreu intensas restrições. Alguns dos oradores defenderam a manutenção das tradicionais fonemas consonantais mesmo os mudos. Outros pregaram sua extinção.

Houve também oradores que não vislumbram futuro e solidificação do acordo ortográfico, mas acreditam que seu debate é uma tentativa que visa à unificação aproximada da língua lusófona, hoje a quinta mais falada no mundo. Deve-se aceitar e considerar normal a pronúncia diferenciada das vogais, principalmente, a de “e” e de “o” que, em Portugal, tem prolação aberta como em “demónio, bebé” e outras que possuem timbre aberto em Portugal e fechado no Brasil. Há nessas palavras mudança de timbre nessas vogais, mas a tonicidade, nelas, fica nas mesmas vogais. Esses pormenores dificilmente serão unificados. Cada povo continuará pronunciando de sua maneira. E a grafia terá que acompanhar o estabelecido pelo Acordo. Tal fato não causará qualquer prejuízo na comunicação escrita ou falada entre as nações lusófonas.
Duas professoras, neste colóquio, versaram sobre problemas diferentes entre os países. “Propina”, em Portugal quer dizer “taxa” a ser paga por certos serviços. No Brasil, ultimamente, essa palavra passou a traduzir, com muita ênfase, o aspecto criminoso e corrupto de certos percentuais de pagamentos feitos entre setores públicos e seus agentes.

Os programadores do Colóquio “Ortografia e Bom-senso” colimavam saber como o autor da Neopedagogia da Gramática conseguiria justificar que 99,8% dos acentos gráficos oficiais podem ser explicados por meio de uma única regra. A sua tese básica tem o seguinte texto: “Dominada a tonicidade natural das palavras sem diacrítico, 99,8% dos acentos gráficos oficiais da língua portuguesa podem ser explicados com uma única regra”.
O orador gaúcho, em 20 minutos, expôs os três roteiros da tonicidade natural das nossas palavras, com a exemplificação clara exibida em telão e, em seguida, mostrou o papel deslocador da tonicidade realizado pelo acento gráfico oficial, o que corresponde à regra única da neopedagogia do professor Dequi. Novamente, a exemplificação em data show deixou essa dinâmica da tonicidade bem evidente provocada pelo diacrítico – um processo bem simples.
O orador, em seguida, arrolou as inúmeras vantagens dessa neopedagogia da acentuação gráfica: ensina a tonicidade natural de qualquer palavra sem essa marca visual; simplifica o seu domínio, pois dispensa estudar e reter a contagem das sílabas para classificar as palavras em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas; dispensa também diferenciar as vogais das semivogais e os consequentes encontros vocálicos “ditongos, tritongos e hiatos”. Esses pré-requisitos, pela didática do prof. Dequi, não são necessários para justificar os acentos gráficos oficias da nossa língua. São complicadores dispensáveis para a Acentuação Objetiva ensinada pela Neopedagogia da Gramática.
Ao encerrar sua exposição, o prof. Dequi solicitou a colaboração dos participantes para a busca de palavras que não se enquadrem dentro dos três itens da tonicidade natural das palavras sem acento gráfico. Pediu também que fossem apresentadas eventuais palavras que violem a regra única da acentuação gráfica, incluindo, nestas, os 0,2% dos sinais diferenciadores. Um grupo de docentes, no intervalo destinado ao cafezinho, apresentou “um abacaxi”: a palavra “performance” que, na sua escrita, aparece sem acento gráfico tanto nos dicionários lusitanos como nos brasileiros. Tanto pelas regras do Acordo como pelas da Neopedagogia apresentadas, esse vocábulo deveria ser marcado com acento gráfico. Ou por ser proparoxítona ou porque tonificou-se a vogal três. Assim, no fim, chegou-se à conclusão de que a palavra foi mal dicionarizada.

Fonte: http://portuguespelaneopedagogia.blogspot.com.br/2015/12/neopedagogia-da-acentuacao-na-academia.html

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O ‘Vocabulário Ortográfico da Galiza’ está já em papel

Vocabulário Ortográfico da Galiza, apresentado publicamente em 27 de junho de 2015, dentro do programa do Seminário “Língua, sociedade civil e ação exterior” da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), está já disponível no formato impresso. De facto, os primeiros exemplares foram entregados no recente simpósio SIPLE, entre outras personalidades, ao secretário-geral da Política Linguística da Junta, Valentín García Gómez.
Em artigo publicado no sítio web da AGLP, o académico Carlos Durão explica que «a elaboração de umVocabulário Ortográfico da Galiza, como contributo aoVocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, previsto no texto do Acordo Ortográfico (e ratificado em Lisboa pelos Ministros da Educação e da Cultura dos países membros da CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), foi tarefa assumida pela delegação de observadores da Galiza já nas sessões de trabalho das negociações do Acordo Ortográfico, primeiro do 1986 no Rio de Janeiro, e depois do 1990 em Lisboa, hoje vigorado nos países signatários».
A presença de uma delegação da Galiza foi noticiada até no comunicado que, em nome dos Estados lusófonos, anunciava o Acordo da Ortografia Unificada de 1990: «As delegações de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Portugal com a participação de uma delegação de observadores da Galiza, reunidas em Lisboa…». Esta menção foi ainda recolhida no no Diário da República Portuguesa (I Série-A, no 193, 23-8-1991, p. 4370), e também na Resolução da Assembleia da República no 26/91, aprovando o Acordo para ratificação.
Esta tarefa, porém, não foi assumida até a constituição da Academia Galega, cuja Comissão de Lexicologia e Lexicografia (CLL) já elaborara um primeiro Léxico Galego, que partilhara com academias e empresas culturais da Lusofonia, a título de mostra, com aproximadamente 2.000 vocábulos de léxico peculiar galego. Muitos desses vocábulos estão hoje recolhidos em dicionários lusófonos diversos, que se podem consultar na rede, ou em vocabulários ortográficos em papel, como o da Porto Editora; e são reconhecidos no corretor ortográfico FLiP8 da Priberam.
Este vocabulário, agora impresso, inclui mais de 154.000 entradas, «número que foi considerado como termo médio razoável», assinala Durão, de maneira que nele coubesse «o vocabulário considerado propriamente galego, junto com ocorpus geral da nossa língua, num amplo vocabulário patrimonial, naturalmente partilhado na sua quase totalidade com toda a Lusofonia».
Quanto à ortografia empregue, é «descritiva ou indicativa, digamos recomendada ou orientadora, mas não prescritiv»a. Por outras palavras, «a escolha é a da norma galega escrita, inclusa no padrão português como a forma galega do português europeu, segundo os parâmetros do Acordo Ortográfico. Por isso, é claro que não obriga ninguém a escrever o seu nome, ou o da sua vila, de uma determinada maneira, e menos ainda a o pronunciar com uma determinada fonética, pois esta corresponde a cada realização concreta dentro do domínio linguístico».
Fonte: http://pgl.gal/vocabulario-ortografico-da-galiza-esta-ja-papel/

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

COLÓQUIO SOBRE “ORTOGRAFIA E BOM SENSO”


O presidente da Academia de Ciências de Lisboa (ACL), órgão consultivo do Governo na política da Língua, defendeu que se devem "reunir, em boa paz", todas as instituições da área linguística e rever o Acordo Ortográfico assinado em 1990.
"Já passou muito tempo, mais de 20 anos, e não se fez rigorosamente nada, para melhorar o Acordo", disse à Lusa Artur Anselmo, presidente da ACL, acrescentando: "O Acordo não é uma Bíblia nem o Corão, e pode ser melhorado".
O secretário de Estado da Cultura admitiu à Lusa que há dificuldades, no que diz respeito à ortografia, que têm "de ser melhoradas".

http://www.sapo.pt/noticias/presidente-da-academia-de-ciencias-de-lisboa-_554df8246e6028224598b285

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Academia das Ciências de Lisboa e a Nova Ortografia


A Academia das Ciências de Lisboa, através do seu Instituto de Lexicologia e Lexicografia, promoverá, nos próximos dias 9 e 10 de novembro de 2015, um colóquio dedicado aos problemas decorrentes do chamado “Acordo Ortográfico de 1990” nos países de língua oficial portuguesa.

Com esta iniciativa pretende-se envolver as comunidades científicas lusófonas numa questão de transcendente importância para o futuro da língua falada e escrita, no respeito e valorização das tradições nacionais, sem prejuízo de eventuais aproximações aconselhadas pelo uso comum do mesmo idioma em circunstâncias idênticas.

Toda a comunidade científica, em Portugal ​e nos restantes países de língua oficial portuguesa, está convidada a participar no colóquio Ortografia e bom-senso, a realizar na Academia das Ciências de Lisboa de 9 a 10 de novembro de 2015.

Os interessados em participar no Colóquio devem enviar um email para illlp@acad-ciencias.pt.

Oradores/as confirmados/as

Artur Anselmo
João Malaca Casteleiro
Manuel Augusto Rodrigues
Sebastião Pinho, Telmo Verdelho
João Lemos de Sousa
Maria Alzira Seixo
Ana Salgado
Teresa Cadete
Fernando Paulo Baptista
José Eduardo Franco
Francisco Miguel Valada
Evanildo Bechara
José Carlos Gentili
Celso Augusto Nunes da Conceição

Fonte: http://plataforma9.com/congresso/lisboa-coloquio-sobre-ortografia-e-bom-senso/

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

OAB quer discutir grafia de palavras com signatários do acordo ortográfico


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer discutir a definição da grafia de algumas palavras da língua portuguesa com os demais países signatários do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
No dia 12 de novembro, o Conselho Federal da OAB vai apresentar um relatório detalhando as sugestões na Academia de Ciências de Lisboa, em Portugal. A partir de então, o debate poderá ser ampliado também para os países do Ccontinente africano.
No Brasil, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passa a ser obrigatório no ano que vem, mas, para a OAB, as novas regras ainda deixam dúvidas na grafia de algumas palavras, que ainda não constam no dicionário da língua portuguesa. A Ordem quer que as sugestões sejam incorporadas ao Sexto Vocabulário Comum da Língua Portuguesa, em 2016.
No início do ano, a OAB buscou a Academia Brasileira de Letras (ABL) e o Ministério das Relações Exteriores para propor definições de palavras que têm impacto no meio jurídico. A intenção agora é levar o debate para os outros países.
“Será o início de um projeto que queremos desenvolver em todas as ordens dos advogados e nos órgãos oficiais desses países”, explica o representante oficial da OAB para assuntos ligados ao Tratado Internacional da Língua Portuguesa, Carlos André Nunes. Além do Brasil, assinam o acordo Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Na última terça-feira (6) Nunes conversou sobre questões do acordo em encontro com o embaixador português, Francisco Ribeiro Telles. Segundo o representante da OAB, o tratado ainda é alvo de polêmica, principalmente em Portugal, onde metade da população concorda e metade discorda.
Para o advogado, falta mobilização no Brasil. “Neste momento a sociedade civil precisa debater o assunto. O acordo vai entrar em vigor, mas a nossa preocupação é com o vocabulário, queremos que sejam retirados os problemas que o acordo tem. É importante que outros grupos além da OAB, saibam que também podem fazer sugestões.”
Fonte:http://anec.org.br/blog/2015/10/14/oab-quer-discutir-grafia-de-palavras-com-signatarios-do-acordo-ortografico/

sábado, 12 de setembro de 2015

Suma Gramatical da Língua Portuguesa


Em suas 800 páginas, a Suma Gramatical da Língua Portuguesa - Gramática Geral e Avançada,reflete toda a experiência de seu autor no manejo e no ensino da nossa língua.

A Suma Gramatical da Língua Portuguesa - Gramática Geral e Avançada, não só reafirma a necessidade imperiosa da Gramática e seu caráter essencialmente  normativo,mas aprofunda-se solidamente em seus pressupostos teóricos, a fim de fazer frente tanto aos numerosos ataques que lhe movem  como às próprias debilidades da tradição gramatical.

O autor: Carlos Nougué é Professor de Filosofia, de Tradução e de Língua Portuguesa. Tradutor de Filosofia, Teologia e Literatura (do latim, do francês, do espanhol e do inglês). Lexicógrafo, ganhador  do Prêmio Jabuti de Tradução/1993 e finalista do Prêmio Jabuti/2005 pela traduçãode D. Quixite da Mancha,de Miguel de Cervantes (edição oficial do quarto centenário da edição príncipes).
Já traduziu autores como Cícero, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, G.K Chesterton,Louis Lavelle, Xavier Zubiri.

Oocupou a cadeita de Língua Portuguesa e Tradução Literária durante mais de nove meses numa pós-graduação (UFG).

OAB reúne especialistas em acordo ortográfico

28/08/2015
Brasília – A OAB Nacional sediou nesta quinta-feira (27) audiência pública sobre o Novo Acordo Ortográfico, previsto para entrar em vigor em 2016. No evento, que contou com a presença de especialistas na língua portuguesa, foram feitas críticas ao texto elaborado pelos países signatários, principalmente quanto à clareza das regras e como será o impacto na educação do Brasil.
Organizado pelo membro da OAB-GO Carlos André Nunes, a audiência pública teve como convidados a senadora Ana Amélia e os professores Pasquale Cipro Neto e Ernani Pimentel. Os estudiosos são membros de Grupo Técnico do Senado para o Novo Acordo Ortográfico.
O representante da Ordem abriu o evento com uma explicação acerca da importância e do impacto do acordo, trazendo aos presentes os aspectos jurídicos que incidem sobre a língua portuguesa. “É uma questão de direito público o bom aprendizado da norma culta da língua, que está prevista na Constituição Federal e em diversas leis”, afirmou Carlos André.
Para o advogado, a OAB tem papel fundamental na implantação correta do acordo. “A Ordem não vai silenciar frente a um mau acordo, porque isto gerará dificuldades nos processos educacionais. O povo exige que o Brasil seja mesmo uma pátria educadora”, asseverou.
Nunes também destacou a participação da Ordem na elaboração e unificação de grafia de termos técnicos da advocacia com os demais países do acordo, com encontros com a Ordem dos Advogados Portugueses, ente outros.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) traçou histórico das discussões sobre o Acordo Ortográfico no âmbito do Parlamento, que conseguiu o adiamento da entrada em vigor do projeto. Foram realizadas diversas audiências públicas e reuniões da Comissão de Educação, Esporte e Cultura. “Saudamos a iniciativa da OAB de realizar mais uma audiência para amadurecermos o assunto”, disse.
Um dos mais respeitados professores de português do Brasil, Pasquale Cipro Net teceu críticas ao acordo, ou como chama, “desacordo ortográfico”. “Houve correria na elaboração do texto, que carece de qualidade e precisão. Várias dúvidas foram resolvidas de forma aleatória e arbitrária. O argumento de que o acordo servirá para fortalecer o português internacionalmente não é verdade, pois várias línguas fortes, como o inglês, mantiveram suas diferenças. As diferenças não têm de ser eliminadas, mas aplaudidas. É importante que a OAB se envolva na questão, pois traz grande respaldo social”, explicou.
Para Ernani Pimentel, também especialista na língua portuguesa, é necessário que a sociedade se envolva mais no assunto, pois toda ela será afetada. “Todos precisam parar e pensar que precisamos escrever de maneira mais sensata. A educação tem que usar lógica e não memorização”, afirmou.  
Propostas

Carlos André Nunes explicou na audiência pública os problemas apontados pela OAB no Acordo Ortográfico, entre eles acentos diferenciais, a acentuação em oxítonas e paroxítonas, o uso do trema em determinadas palavras. Outro tema proposto é a melhoria das regras das iniciais maiúsculas e minúsculas de palavras como “país” e “cidade”.
Na nota técnica, a Ordem também aponta falta de clareza nas regras do hífen, além de problemas na aplicação do instrumento em termos jurídicos como “coerdeiro” e “pré-executividade”. “Propõe-se que o Vocabulário Ortográfico Geral da Língua Portuguesa possua o maior número possível de vocábulos de natureza técnica”, sugere a OAB.
Fonte: http://www.oab.org.br/noticia/28693/oab-reune-especialistas-para-debater-melhorias-em-acordo-ortografico

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