terça-feira, 10 de abril de 2012
Minhas considerações sobre o curso de Letras
Quando cursei Letras Vernáculas na FAFIRE, embora só tenha cursado um período, tive a oportunidade de ao mesmo tempo em que estudava, perceber como os outros viam as disciplinas. Quais eram as dificuldades que eles encontravam.
Quando fiz a Licenciatura em Língua Portuguesa e Língua Espanhola e Respectivas Literaturas pela Fundação Universidade do Tocantins, já havia visto Latim na FAFIRE e em outros lugares e aprendi um pouquinho de grego num seminário, e isso me ajudou a ver melhor o conteúdo de Letras, bem como perceber o que havia mudado desde então.
Desde que comecei a Especialização em Metodologia do Ensino em Língua Portuguesa e Estrangeira pela Faculdade Internacional de Curitiba, e tive uma visão melhor sobre o debate linguístico, passei a indagar:"Por que os linguistas se posicionaram sobre o livro do MEC, mas não se manifestam a respeito do Acordo Ortográfico".
Percebo que parece que o foco é outro. Temos muitas teorias linguísticas e aparentemente a gramática é combatida, e isso dificulta a vida do acadêmico no seu preparo. Mas, como diz Bechara "só combate a gramática normativa aquele que não aprendeu direito seu conteúdo, e mergulha na teoria linguística como ele acha que é".
O que os linguistas chamam a atenção sobre a questão gramatical não é deixar a Gramática de lado, mas analisar de modo mais científico.
O que vejo diferente entretanto, é quando alguns comparam o ensino da Gramática com o ensino de Química, Física, História e afirmam que falta na Gramática uma visão científica. Qual o estudante de escola pública que está preparado para ingressar numa universidade com a visão científica de Física, Química, Matemática, Biologia ou História? Se não acontece tal coisa nas áreas citadas, como esperar isso do ensino da língua portuguesa?
Depois que começou a circular a teoria do "preconceito linguístico", quem não gostava de ler achou nessa teoria a base para continuar na ignorância. Não leem o que o autor do "preconceito linguístico" escreveu, não se deram trabalho de aprender alguma teoria gramatical e acham que têm base para questionar o professor de português.
Não há uma única instituição onde o curso de Letras não traga a Linguística como disciplina importante, mas seria interessante que o aluno no ensino fundamental e médio tivessem uma aula melhor de Gramática para que, ao escolher Letras, pudesse mergulhar em Linguística. O que infelizmente presenciei foi a desistência de alunos de Letras que se achavam "peixes fora d'água" quando as professoras de linguística explicavam um enunciado, utilizando frases da gramática, e conjugações verbais.
Creio que ao linguista cabe o preparo dos futuros professores e especialistas, mas a outros é que cabe a ocupação com o que e como é abordado um assunto para os alunos secundarsstas.
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